segunda-feira, 19 de julho de 2010

Entrevista

No dia 19 de junho, os autores Luciana Araujo e Val Costa, foram entrevistados pelos holandeses, Elke Uitentuis e Wouter Osterholt, que estão no Brasil fazendo um projeto sobre o empreendimento conhecido como Athaydeville, na Barra da Tijuca.
Os pesquisadores entraram em contato com os autores a partir de um artigo escrito pela geógrafa Luciana, intitulado “Barra da Tijuca: o concebido e o realizado”, publicado na revista eletrônica Geopaisagem (http://www.feth.ggf.br/Revista6.htm)
Elke e Woulter, com a ajuda da tradutora Maíra das Neves, quiseram saber a respeito da pesquisa que os autores desenvolvem sobre a região da Baixada de Jacarepaguá. Em um bate-papo de quase duas horas, foram abordados vários aspectos, tais como: a expansão urbana da região, o Plano Piloto para a Barra da Tijuca e Jacarepaguá, a degradação ambiental e as perspectivas sobre o futuro da região.
Além de Luciana e Val, outros estudiosos da Barra da Tijuca também foram entrevistados: os arquitetos Gerônimo Leitão, Vera Rezende e Augusto Ivan de Freiras Pinheiro, o presidente da AciBarra, Ney Robinson Suassuna e Heraldo da Silva, engenheiro e membro da Associação de Compradores das torres, dentre outros.
Os trabalho dos holandeses será concluído em até 3 anos, quando lançarão um site, com a reprodução virtual da Torre Abraham Lincoln, onde será possível acessar todas as entrevistas realizadas por eles. O site estará em português. Segundo os artistas, “o site será uma torre virtual cheia de histórias de diferentes especialistas para refletir sobre o passado e o presente desta área específica e seu ‘modo de vida”.

Mais informações sobre a pesquisa dos artistas, acessem o site deles: http://wouterelke.nl/rio


Na foto: Valdeir, Luciana, Elke e Maíra

domingo, 4 de julho de 2010

A Fazenda da Taquara


A Fazenda da Taquara, popularmente conhecida como Fazenda da Baronesa, localizada na Estrada Rodrigues Caldas, reúne um importante acervo arquitetônico que remonta ao período colonial da nossa história. A Capela de Nossa Senhora dos Remédios e Exaltação da Santa Cruz, construída em 1738, e a casa sede da fazenda, edificada em meados do século XVIII, são dois importantes bens históricos edificados nessas terras.

Essa propriedade, então chamada Engenho de Dentro, foi passada por Antônio Teles de Menezes para o seu filho, Francisco Teles Barreto de Menezes, no ano de 1757. Após a morte de Francisco Teles Barreto de Menezes, em 1806, a propriedade ficou para sua filha mais velha, Ana Inocência Teles de Menezes, que construiu um canal de captação de água do Rio Grande para mover as moendas do engenho. Dona Inocência faleceu em 1836, deixando o engenho para sua sobrinha Ana Maria Teles Barreto de Menezes e para Francisco Pinto da Fonseca, que, em 1837, casaram-se e passaram a residir na casa sede da Fazenda da Taquara. Francisco Pinto da Fonseca e Dona Ana Maria tiveram dois filhos: Maria Rosa e Francisco Pinto da Fonseca Telles, que ficou com as terras do engenho após a morte do pai.

Francisco Pinto da Fonseca Telles foi tenente da 7ª Companhia do Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional. Por seus serviços prestados na Guerra do Paraguai, foi nomeado Comendador da Ordem da Rosa. Também foi um grande benfeitor de Jacarepaguá. Doou terrenos para o encanamento dos rios Fortaleza, Ciganos e Olho d`Água, realizou arruamentos e cooperou para a implantação das linhas de bondes na região. Em 21 de outubro de 1882, o Imperador D. Pedro II lhe outorgou o título de Barão da Taquara. Em 3 de maio de 1881, na Capela da Santa Cruz, o Monsenhor Vigário Antônio Marques de Oliveira celebrou o casamento do Barão da Taquara com Leopoldina Francisca de Andrade.

D. Pedro II se hospedou durante dois meses, de novembro a dezembro de 1843, na Fazenda da Taquara. O objetivo era cuidar da saúde da princesa Dona Januária, já que a região, conhecida nessa época como Sertão Carioca, era considerada um local propício para tratamentos de doenças em decorrência do seu ar puro.

Além do tombamento da casa e da capela pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN – pelo Decreto-Lei no. 25, de 30 de novembro de 1937, três iniciativas do poder público visam garantir a integridade desse patrimônio paisagístico e cultural do município. Uma é o Projeto de Lei Nº 1907/2004, que tomba a área que restou da Fazenda da Taquara, com 83.175 m2. A segunda é o Decreto Municipal 21.209/01 que cria a Área de Proteção Ambiental da Fazenda Baronesa. Por fim, a terceira é o Projeto de Lei Nº 1236/2008, que “Tomba a área da Fazenda da Taquara, e dá outras providências”.

A Fazenda da Taquara foi reconhecida, pelo Projeto de Lei Nº 464/2009, como uma das sete maravilhas do bairro de Jacarepaguá, sendo classificada na quarta colocação. Recentemente, a prefeitura da cidade manifestou a vontade de transformar a fazenda em um bosque.

Apesar de ter sido desmembrada em várias glebas nos anos seguintes, a sede da Fazenda e a capela da Santa Cruz ainda pertencem aos descendentes do Barão da Taquara, que preservam essas construções de forma exemplar.