terça-feira, 21 de dezembro de 2010

As praias da cidade também têm história


Com um litoral de 197 quilômetros de extensão (27,3 km na Baixada de Jacarepaguá), as praias da cidade estão entre as mais freqüentadas do estado, entre elas, podemos destacar a Praia da Barra e a Praia do Pepê, esta última conhecida internacionalmente pela prática do surf. O litoral atlântico apresenta alternâncias consideráveis: ora alto, quando em contato com as ramificações costeiras dos maciços da Pedra Branca e da Tijuca, ora baixo, trecho pelo qual se estendem as praias. Uma das áreas litorâneas menos populosa, limitada à nordeste pela Serra do Mar, ao norte pela Serra de Madureira, a sudeste pelo Maciço da Pedra Branca e ao sul pela Restinga da Marambaia, é a Baía de Sepetiba.

Essa área também foi palco da segunda invasão francesa ao Rio de Janeiro. Após ser rechaçado da Baía de Guanabara pelos canhões da Fortaleza de Santa Cruz, em 11 de setembro de 1710, o corsário francês Jean François Duclerc desembarca em Guaratiba com 1200 homens. Os franceses não encontraram resistência nessa parte da cidade e atravessaram toda a Baixada de Jacarepaguá, saqueando e destruindo vários engenhos, inclusive o do Camorim, chegando ao centro da cidade pela atual Serra Grajaú-Jacarepaguá. No Largo do Carmo, atual Praça XV de Novembro, travaram uma sangrenta batalha com os portugueses, que terminou com a rendição de Duclerc e seus 600 homens restantes, no dia 21 de setembro do mesmo ano.

A mesma praia onde os franceses desembarcaram, seria sinalizada, em 1941, como um dos pontos mais vulneráveis do então Distrito Federal em um documento de uso exclusivo do exército dos Estados Unidos. Esse documento deve ser entendido a partir das pretensões estadunidenses para o Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, materializadas em dois planos: o Pote de Ouro e o Lilás. O Plano Pote de Ouro, preparado em maio de 1940, previa o envio imediato de 10.000 homens (Exército e Fuzileiros Navais) por via aérea ao Nordeste do Brasil, para apoiar as forças do governo brasileiro, caso ocorresse uma invasão nazista. O Plano Lilás partia do princípio de que as bases do Nordeste eram vitais para os Estados Unidos. Em fevereiro de 1942, o Plano Suplementar Lilás-Setor Rio foi aprovado. Lidava com um possível golpe pró-germânico e com uma eventual retirada do governo deposto de Vargas para a área de Natal-Recife, onde o presidente seria protegido e iniciariam as operações ofensivas contra as Forças Armadas Brasileiras, ajudadas pelas potências do Eixo, em um avanço em direção à cidade do Rio de Janeiro, então Capital Federal.

Durante quase três anos da Segunda Guerra Mundial o presidente Getúlio Vargas se manteve neutro. Essa neutralidade acabou em agosto de 1942, quando ocorreu uma sucessão de ataques de submarinos alemães a navios brasileiros no litoral do Nordeste, obrigando Vargas a declarar o Brasil, em 31 de agosto de 1942, em estado de beligerância contra o Eixo.

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