segunda-feira, 9 de setembro de 2024


   Os filhos de Salvador Correia de Sá, Martim Correia de Sá e Gonçalo Correia de Sá, solicitaram ao pai as terras da Baixada de Jacarepaguá, alegando que os sesmeiros originais não desenvolveram nenhuma atividade econômica nelas. O sesmeiro era obrigado a cultivar, demarcar e, por fim, obter da autoridade competente o reconhecimento das medidas das glebas. Sob esse argumento, os dois irmãos pediram as terras e tiveram sua solicitação atendida. A carta de sesmaria que Salvador Correia de Sá usou para doar as terras ao seus filhos foi passada em 9 de setembro de 1594, e por isso comemoramos o aniversário de Jacarepaguá nesta data, que hoje completa 430 anos. 

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Parabéns, Jacarepaguá@

 
Os primeiros habitantes da Baixada de Jacarepaguá chegaram a esta região por volta de 4.500 anos atrás. Eram os povos dos Sambaquis. A palavra “sambaqui” vem do tupi e significa amontoado de conchas (tambá = concha e ki = amontoado). Os sambaquis são os mais antigos vestígios do homem em nosso litoral. Constituem montes formados por conchas, restos de utensílios domésticos, espinhas de peixes e esqueletos humanos, encontrados próximos ao lugar onde os povos pré-históricos construíam suas moradias. Antes da ocupação maciça da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes, existiam vários sambaquis nesses bairros. Esses grupos eram coletores de moluscos e pescadores, completando sua dieta com a caça e a coleta de vegetais nas encostas dos maciços que circundam a planície costeira de Jacarepaguá. A partir da década de 1970, com a expansão urbana da Barra da Tijuca, o processo de destruição dos sambaquis se intensificou. Mesmo os que são catalogados, nunca foram devidamente caracterizados pelos pesquisadores.


Os primeiros registros escritos sobre a História da Baixada de Jacarepaguá estão ligados à invasão francesa ao Rio de Janeiro. Desde os primeiros anos do século XVI, os corsários franceses exploravam pau-brasil no atual litoral brasileiro. Em 1555, invadiram o Rio de Janeiro e fundaram uma colônia: a Franca Antártica.


Em 1º de marco de 1565, o sobrinho do Governador-Geral Mem de Sá (1504-1572), Estácio de Sá (1520-1567) “lançou os fundamentos” de uma povoação que recebeu o nome de São Sebastião do Rio de Janeiro. A cidade foi criada com o objetivo de consolidar a presença lusitana na Guanabara, servindo como base para os contra-ataques portugueses. Em uma das investidas francesas, Estácio de Sá foi ferido por uma flechada no rosto, morrendo pouco tempo depois.


Mem de Sá, após expulsar os franceses e antes de retornar para Salvador, então capital da colônia portuguesa, decidiu nomear seu outro sobrinho – Salvador Correia de Sá (1547-1631) – governador do Rio de Janeiro. Em 1567, Salvador Correia de Sá doou sesmarias na região da Baixada de Jacarepaguá para dois portugueses que combateram os franceses: Jerônimo Fernandes e Julião Rangel de Macedo. Entretanto, passados 27 anos, esses portugueses não desenvolveram nenhuma atividade econômica nessas terras. As sesmarias eram grandes extensões de terras doadas a um nobre, que assumia o compromisso de cultivá-las em um prazo determinado e de pagar os impostos cobrados pela Coroa Portuguesa.


Por esse motivo, os filhos de Salvador Correia de Sá – Gonçalo Correia de Sá e Martim Correia de Sá – fizeram uma petição para o pai com o objetivo de obterem a concessão dessa área. A carta de sesmaria que Salvador usou para doar as terras foi passada no dia 9 de setembro de 1594 pelo tabelião da cidade.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Plano Lúcio Costa completa 50 anos


No dia 24 de abril de 1969, há exatos 50 anos, Lucio Costa entregava à Negrão de Lima, o então governador do Estado da Guanabara, o “PLANO-PILOTO PARA A URBANIZAÇÃO DA BAIXADA COMPREENDIDA ENTRE A BARRA DA TIJUCA, O PONTAL DE SERNAMBETIBA E JACAREPAGUÁ”.


Lucio Costa foi convidado para a elaboração deste plano, pois, segundo o Secretário de Obras Públicas do Governo de Negrão Lima, o Engenheiro Raymundo de Paula Soares, “tal planejamento não poderia resultar do raciocínio frio de computadores (...) Trouxemos Lucio Costa com a certeza de que o seu gênio criaria um Rio mais humano, aliando a beleza selvagem da Baixada às necessidades e ao progresso da cidade que explodirá nos próximos 30 anos” (extraído do prefácio do Plano Piloto).

          Assim, o Plano Lúcio Costa, como ficou conhecido o projeto de estruturação urbana da região da Baixada de Jacarepaguá, previa urbanização associada à preservação do meio ambiente.  Esse Plano propunha para a Barra da Tijuca uma nova forma de organização do espaço: o crescimento urbano aliado às questões ambientais.  Através do controle da expansão urbana, e pretendia preservar a geografia do lugar, suas belezas naturais como as praias, as dunas, restingas e lagoas, já que era uma das últimas áreas disponíveis para onde a cidade poderia se expandir.  O ponto central do Plano era a construção de duas vias principais, a Avenida das Américas e a Avenida Alvorada (atualmente Avenida Ayrton Senna), que fariam a ligação de todo o bairro, e a criação de núcleos autônomos; também limitava os gabaritos para construção dos prédios, previa áreas de preservação, dentre outros aspectos.  

          O objetivo principal do Plano-Piloto era o de controlar a expansão urbana e preservar a geografia do lugar, suas belezas naturais como as praias, as dunas, restingas, manguezais e lagoas, já que era uma das últimas áreas disponíveis para onde a cidade poderia se expandir.  Nas palavras do arquiteto, para urbanizar a região era (é) preciso “encontrar a fórmula que permita conciliar a urbanização na escala em que se impõe, com a salvaguarda, embora parcial, dessas peculiaridades que importa preservar”.  Ele acreditava que qualquer implementação urbanística para a área deveria ser feita “sob medida”.

O Plano Lucio Costa pode ser considerado a primeira etapa do planejamento para a Barra da Tijuca, e teve como principal resolução a criação das vias de acesso a baixada pelo poder público.  Isso porque, como se tratava de terras particulares, ao governo cabia somente a criação das condições de acesso, já que as construções das edificações e dos núcleos autônomos estariam a cargo da iniciativa privada.  O Plano constituía-se, então, em um regulamentador de diretrizes para a ocupação da área.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Acontecerá hoje, dia 14/09/20147, às 11 horas, uma Missa em honra da Santa Cruz, aberta ao público, na Capela de Nossa Senhora dos Remédios e Exaltação da Santa Cruz, construída em 1738, localizada na Fazenda da Baronesa (Fazenda da Taquara).

Fazenda Baronesa - Estrada Rodrigues Caldas, 780

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Palestra



Na última sexta-feira, dia 14 de abril de 2017, o prof. Val Costa, participou como palestrante do evento X-Tudo Cultural, realizada na Praça Sentinela - Taquara.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Palestra

No dia 14 de maio, vários moradores dos bairros da Baixada de Jacarepaguá se reuniram no evento “Se Jacarepaguá fosse Nossa”.
Em pauta a cultura e a educação, a mobilidade urbana, a saúde e o planejamento urbano.
Além de diagnosticar problemas para o cotidiano dos moradores, também foram apresentadas propostas para a melhoria da região.
O Professor Val Costa foi um dos palestrantes do evento, no qual abordou o abandono do Patrimônio Histórico da Baixada de Jacarepaguá.

domingo, 1 de março de 2015

Rio 450 anos


          No início do século XVI, os índios tamoios habitavam todo o atual território fluminense. Eles foram dizimados pelos portugueses, que basearam o seu projeto colonial em dois grandes vieses: usurpação das terras indígenas e exploração da sua força de trabalho. Como eram grandes guerreiros, os indígenas resistiram bravamente através da Confederação dos Tamoios que, aliada aos franceses durante dez anos (1555-1565), desafiou o poderio português.

Em 1555, os franceses aportaram na Baía de Guanabara e fundaram o forte de Coligny na Ilha de Serigipe. Comandados pelo almirante Nicolas Durand de Villegagnon pretendiam garantir a exploração do pau-brasil e conseguir um território onde os calvinistas franceses pudessem exercer livremente sua religião. Essa colônia, chamada de França Antártica, existiu de 1555 a 1567.

No dia 1º de março de 1565, o Capitão-Mor Estácio de Sá fundou, entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. A cidade recebeu esse nome em homenagem ao Rei de Portugal, D. Sebastião. A localização lhe possibilitava servir de abrigo para os ataques franceses. O ponto de referência para delimitar o território da recém-criada cidade foi uma casa de pedra construída em 1530 por Martim Afonso de Souza. Ela era muito sólida e diferente das habitações dos tamoios, por isso foi chamada pelos índios de karaiwa  oka, que significa "casa do homem branco”. A partir do século XVIII, o termo “Carioca” passou a ser usado como apelido para os moradores da cidade.

A primeira expedição portuguesa para expulsar os franceses foi organizada por Mem de Sá, o terceiro Governador-Geral do Brasil, em 1560. Apesar de ter destruído o forte de Coligny, essa incursão não obteve o sucesso esperado, pois os habitantes do forte fugiram para o continente com a ajuda dos tamoios. A derrota definitiva só ocorreria sete anos depois, quando Estácio de Sá recebeu reforços do seu tio Mem de Sá. Em 20 de janeiro de 1567, no Outeiro da Glória, os franceses finalmente foram expulsos da colônia portuguesa e os tamoios tiveram suas aldeias destruídas e suas terras ocupadas pelos portugueses.