quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Parabéns, Jacarepaguá@

 
Os primeiros habitantes da Baixada de Jacarepaguá chegaram a esta região por volta de 4.500 anos atrás. Eram os povos dos Sambaquis. A palavra “sambaqui” vem do tupi e significa amontoado de conchas (tambá = concha e ki = amontoado). Os sambaquis são os mais antigos vestígios do homem em nosso litoral. Constituem montes formados por conchas, restos de utensílios domésticos, espinhas de peixes e esqueletos humanos, encontrados próximos ao lugar onde os povos pré-históricos construíam suas moradias. Antes da ocupação maciça da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes, existiam vários sambaquis nesses bairros. Esses grupos eram coletores de moluscos e pescadores, completando sua dieta com a caça e a coleta de vegetais nas encostas dos maciços que circundam a planície costeira de Jacarepaguá. A partir da década de 1970, com a expansão urbana da Barra da Tijuca, o processo de destruição dos sambaquis se intensificou. Mesmo os que são catalogados, nunca foram devidamente caracterizados pelos pesquisadores.


Os primeiros registros escritos sobre a História da Baixada de Jacarepaguá estão ligados à invasão francesa ao Rio de Janeiro. Desde os primeiros anos do século XVI, os corsários franceses exploravam pau-brasil no atual litoral brasileiro. Em 1555, invadiram o Rio de Janeiro e fundaram uma colônia: a Franca Antártica.


Em 1º de marco de 1565, o sobrinho do Governador-Geral Mem de Sá (1504-1572), Estácio de Sá (1520-1567) “lançou os fundamentos” de uma povoação que recebeu o nome de São Sebastião do Rio de Janeiro. A cidade foi criada com o objetivo de consolidar a presença lusitana na Guanabara, servindo como base para os contra-ataques portugueses. Em uma das investidas francesas, Estácio de Sá foi ferido por uma flechada no rosto, morrendo pouco tempo depois.


Mem de Sá, após expulsar os franceses e antes de retornar para Salvador, então capital da colônia portuguesa, decidiu nomear seu outro sobrinho – Salvador Correia de Sá (1547-1631) – governador do Rio de Janeiro. Em 1567, Salvador Correia de Sá doou sesmarias na região da Baixada de Jacarepaguá para dois portugueses que combateram os franceses: Jerônimo Fernandes e Julião Rangel de Macedo. Entretanto, passados 27 anos, esses portugueses não desenvolveram nenhuma atividade econômica nessas terras. As sesmarias eram grandes extensões de terras doadas a um nobre, que assumia o compromisso de cultivá-las em um prazo determinado e de pagar os impostos cobrados pela Coroa Portuguesa.


Por esse motivo, os filhos de Salvador Correia de Sá – Gonçalo Correia de Sá e Martim Correia de Sá – fizeram uma petição para o pai com o objetivo de obterem a concessão dessa área. A carta de sesmaria que Salvador usou para doar as terras foi passada no dia 9 de setembro de 1594 pelo tabelião da cidade.

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